O mundo virtual tem a aura de fazer as pessoas sedutoras e desejáveis, causado pela impressão que as palavras provocam em quem as lê, na entoação que lhes dá, no sentimento que lhes atribui. No mundo real as primeiras impressões são essencialmente visuais, e o imaginário virtual desvanece com um gesto. A tolerância não tem o mesmo lugar nem a mesma oportunidade.
Esta situação é alimentada pelo misto permitido a quem se recria virtualmente: o de se reinventar como um novo ser, idealista, carismático, imortal; e o de ser cruel, como uma criança que fere na objectividade da sua opinião que não permite o desagradável e só aceita o prazer, atacando grosseiramente aquele que lhe nega algo, não percebendo que do outro lado está ele próprio noutra pessoa.
É um ciclo que se alimenta de si e se recria até chegar aquele que o pára pela integridade e transparência...
... e todos julgamos sê-lo.
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